terça-feira, 9 de março de 2010

A palavra de ordem é: Otimismo!


Hoje vou quebrar as minhas regras e escrever algumas palavras que quiçá possam servir de incentivo a quem delas estiver necessitado.
Vou falar de otimismo. Esquecida nas horas difícies, esta é uma atitude positiva que requer um certo treino diário para que funcione como um antídoto nos momentos de dificuldade e desespero.
O ser humano costuma "sofrer por antecipação". Descabela-se no simples pensar de um acontecimento negativo. Mas, para que temer o desconhecido? Ou ainda, por que fugir do inevitável? Às vezes o fato ainda nem aconteceu - e pode ser que nem venha a acontecer - e o desespero se apossa ante a possibilidade, repito, a possibilidade de acontecer.
Ou mesmo que de fato algo ruim esteja na iminência de ocorrer, por que não usar o tempo a seu favor para que possa tomar uma atitude que venha a atenuar as consequências?
Já que é inevitável, evita-se o pior, tomando ações positivas que minimizem o resultado. O desespero paralisa as ações, bloqueia o raciocínio, nos faz reféns de nossa própria incapacidade de agir.
Suponhamos que o nefasto não aconteça. Sentimos então um alívio por constatar que tudo acabou bem e todo aquele desespero mostrou-se enfim, em vão. Porém, o que dizer de toda a energia despendida ante o estresse passado? Talvez você tenha gritado, esperneado, chorado e nada do que temia aconteceu. Perdeu-se a energia no grito, no choro, no desespero. Energia que poderia ter sido usada a seu favor, para produzir otimismo, serenidade, equilíbrio.
A sociedade na qual vivemos é imediatista e com o advento da tecnologia conseguiu esfriar até mesmo as relações interpessoais, afetivas, sociais. Não se conhece mais pessoas como antigamente, não se passeia ou se namora nas praças. Hoje o conhecimento se dá mais de forma quantitativa do que qualitativa. E a rapidez deste encontro, deste primeiro contato é tão frio quanto a própria amizade que dele nasce, pois que não há olho no olho, nem mais o toque (tato) a não ser o frio apertar de teclas.
Por isso acredito que hoje cada vez mais o ser humano precisa se auto-regular, se reequilibrar pois o apoio de amigos está cada vez mais restrito à tela de um computador.
O mundo contemporâneo é intolerante. Perdeu-se a serenidade, a calma. Em qualquer cidade, em qualquer país é fácil ver pessoas se agredirem por terem se esbarrado no trânsito, isso quando não se agrava o fato com o uso de armas de fogo.
Penso então que a vida moderna produziu dois paralelos: primeiro as facilidades geradas pela tecnologia em todos os setores da vida e segundo as dificuldades ou problemas gerados justamente por essa tecnologia que cerceou o bem-estar social e ambos progridem na mesma proporção.
Para exemplificar, uma questão extraída do senso comum: as novas tecnologias permitiram que a indústria produzisse alimento congelado. Uma facilidade para a dona de casa, o profissional bem sucedido e solitário e etc. Tal alimento além de ser nocivo à saúde se consumido em excesso ou rotineiramente faz com que "sobre" mais tempo para que o indivíduo gaste este tempo vago com mais trabalho, na sua busca incessante por felicidade, dinheiro, reconhecimento profissional. Daí que constatamos que come-se mal e dorme-se pouco.
A frenética rotina do sistema capitalista com seu pensamento individualista demonstra que bem sucedido é aquele que atinge o patamar mais alto de uma sociedade consumista, ou seja, aquilo que o dinheiro pode comprar e não mais a sua capacidade de poupar.
Poderíamos pensar também o porque de nossos jovens preferirem contar suas intimidades, seus medos e angústias com os "lobos em pele de carneiro" da internet ao invés de sentar e conversar com seus pais. Por causa da busca incessante por resultados abriu-se a porta de casa para o distanciamento das relações afetivas, para o abuso, para a pedofilia, para o crime.
Por tudo isso eu modestamente acredito que as pessoas precisam reencontrar seu ponto de equilíbrio fazendo da família ou dos poucos e bons amigos um porto seguro para uma troca positiva de energia, buscando dentro de si mesmas o equilíbrio, o bom senso e usando o otimismo como exercício diário ante os desafios da vida moderna.
Esta transformação no pensamento e consequentemente das relações sociais é possível desde que se busque por ela.
A todos os meus amigos que aqui me visitam, um grande abraço.